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COMPORTAMENTO - Hospital não é lugar para "fazer um social", alerta especialista

12/06/2018

Os hospitais estão cada vez mais parecidos com hotéis de luxo, privilegiando o conforto do paciente e dos acompanhantes. Até aí, está tudo muito bom. Mas, o que fazer com aqueles visitantes que se aproveitam de um ambiente aconchegante e passam uma, duas, três horas no quarto de alguém que está ali em tratamento para se recuperar?

 “Após um procedimento cirúrgico, ou mesmo nos primeiros dias de internação, o paciente deve contar apenas com um acompanhante.  A presença de  muitos  visitantes em uma situação de dor e desconforto é inadequada, podendo até mesmo prejudicar a recuperação do doente. Vale lembrar que não se trata de uma regra, até mesmo porque cada paciente reage de uma forma, e alguns se sentem mais amparados com o entra-e-sai de parentes. No hospital, temos assistentes e psicólogas treinadas para monitorar cada caso”, diz a doutora Valéria Pinheiro, especialista em UTI.

Segundo a médica, a melhor dica para quem tem um amigo ou parente internado em hospital é ligar para o acompanhante a fim de obter notícias do doente e de sua recuperação. “Há visitantes que querem contar uma história de doença que nenhum médico descobriu, ou que têm uma dor que ninguém sabe o que é, ou que conhecem um ‘remédio milagroso’ para determinado caso. Esses comentários devem ser substituídos por atitudes solidárias e palavras de conforto. Se a visita for inadiável, que seja rápida. Afinal, o paciente não está em condições de prestar mais atenção nos visitantes do que em sua própria saúde”.

De acordo com a especialista, trabalhos científicos já comprovaram que as visitas não são responsáveis por infecção hospitalar – o que é uma boa notícia. “A infecção hospitalar é causada por germes intra-hospitalares e não por aqueles trazidos do ambiente externo. As mãos é que são uma das maiores vias de transmissão de infecção. Portanto, a prevenção mais eficiente é lavar as mãos antes e depois da visita ao doente”. Mas a médica faz um alerta: “Flores e alimentos não são permitidos dentro do ambiente de UTI e, aliás, deveriam ser evitados em qualquer tipo de visita. Por outro lado, levar fotografias, livros, revistas e artigos religiosos que remetam o pensamento do paciente a seu ambiente doméstico podem inclusive ajudar na recuperação”.

Fonte: Prof. Dra. Valéria Pinheiro, especialista em UTI. 

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