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ESPORTE - Tenista Andy Murray é submetido a uma Resurfacing. Especialista brasileiro diz que decisão foi acertada

30/01/2019

O tenista britânico Andy Murray alcançou o topo do ranking em novembro de 2016, aos 29 anos. Depois de tanto tempo se destacando no tênis, Murray foi submetido em janeiro deste ano a uma cirurgia de Resurfacing – em que uma articulação do quadril é substituída por uma prótese. O procedimento é considerado ideal para pacientes jovens e com ossos saudáveis – permitindo retornar às atividades com ótimo desempenho. Há um ano, Murray também já havia sido submetido a outra cirurgia.

De acordo com o médico Lafayette Lage, ortopedista que introduziu a artroscopia do quadril no Brasil e um dos pioneiros na cirurgia de Resurfacing, o recobrimento da superfície da cabeça do fêmur com uma coroa de metal foi uma das decisões mais acertadas da carreira do tenista, já que é bem melhor preservar a estrutura boa e trocar apenas a parte lesionada da cabeça do fêmur. “O objetivo principal da Resurfacing é substituir a articulação ruim, em que os ossos entram em atrito constante durante os movimentos, por uma nova superfície, que desliza de forma suave. Só assim o paciente poderá retornar às atividades sem dor e sentindo-se mais confiante. É geralmente o adulto jovem, entre 30 e 50 anos, que mais recorre à cirurgia para colocação de prótese no quadril para retomar suas atividades com o mesmo vigor de antes e ganhar novo fôlego na sua carreira e vida pessoal”.  

Segundo o médico, depois de remover a cartilagem danificada pelo excesso de uso, a prótese é encaixada sobre a parte preservada da cabeça do fêmur, restabelecendo exatamente a biomecânica original do fêmur proximal. A outra parte, encaixada no acetábulo como se fosse a casca de uma meia laranja, é fixada na bacia sob pressão. “Essa prótese é feita de uma liga de cromo, cobalto e molibdênio – o que a torna extremamente resistente ao desgaste e a fortes impactos. Por conta dessa característica, ela tem mostrado uma sobrevivência superior a 95% após 20 anos de uso. Ou seja, esse tenista poderá continuar atuando profissionalmente por muitos anos ainda, se quiser”.

Lage explica que, além de preservar a maior parte da articulação e ser bastante resistente – muito mais compatível com atividades físicas do que as próteses convencionais – outra vantagem da Resurfacing é a facilidade de uma eventual cirurgia de revisão ou substituição, diferentemente da prótese convencional. E ainda aponta mais uma vantagem: a redução dos casos de luxação e de infecção. “Essa prótese oferece maior estabilidade e tem um índice de infecção menor, justamente por ser menos invasiva no osso”. 

Na opinião do especialista, um dos grandes trunfos para que a cirurgia de Resurfacing seja bem-sucedida é garantir que o paciente faça fisioterapia antes e depois do procedimento. Ou seja, parar nem sequer é cogitado. “Para que a cirurgia atinja os melhores resultados possíveis é fundamental o acompanhamento de um fisioterapeuta desde o pré-operatório. A ele cabe fazer uma avaliação minuciosa do paciente e da articulação comprometida, documentando as funções de movimento e força de cada lado do quadril. Nessa fase, o paciente já começa a praticar alguns exercícios que serão necessários logo na fase inicial do pós-operatório – favorecendo uma recuperação total nos meses seguintes. Diante desse cenário otimista, ninguém deveria aguentar a dor por tanto tempo. Quanto mais preparado o paciente estiver, e menos adiar a cirurgia, mais rápido será o retorno a uma vida normal e sem limitações”. 

 

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