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MEDICINA - Sobramfa lança vídeo #11 da série Humanismo Médico em Tempos de Crise

17/06/2020

Depois de três meses em quarentena, o Prof. Dr. Pablo G. Blasco acredita que é hora de falar mais profundamente sobre liderança e começa o novo vídeo recorrendo a uma frase de Ortega Y Gasset: “Se percebe a ausência da ética como um amputado sente a dor no membro fantasma. Aquilo que deveria ter e não tem.” O livro Liderança ética (A sabedoria de decidir bem) traz: “Um dos mistérios mais desconcertantes da psicologia humana é que o fato de ter um ideal de vida excelente não é suficiente para vivê-lo, para colocá-lo em prática. Quantas empresas proclamam sua missão e seus valores e depois aquilo nunca acontece. Não basta compor os ideais, mesmo com convicção. É preciso chegar aos fatos”.

Blasco recorre ao filme Fomos Heróis (2002), em que Mel Gibson vai explicar a situação para seus soldados, e avisa que o inimigo é complicado e que não pode prometer trazer todos vivos de volta. Mas que ele será o primeiro a por o pé no campo de batalha e o último a sair de lá. “Infelizmente, não é o que a gente vê – embora gostaria de ver”, afirma o médico. “Para liderar pessoas é preciso chegar ao coração. Não basta dar gritos”. Outro filme selecionado é K-19 (2002), em que o personagem de Liam Neeson fala para o capitão russo vivido por Harrison Ford: “Não lhes dê ordens, peça a eles, explique o que está acontecendo”. E então o capitão claramente explica que o submarino poderia explodir a qualquer momento e isso acionaria ogivas, fazendo com que as bases norte-americanas acreditassem que estavam sendo atacadas e partissem para o contra-ataque. Aos poucos, o líder de cada compartimento foi declarando apoio no sentido de resolverem o problema em conjunto.

Outro livro citado é o espanhol Liderazgo afectivo, de Albert Jovell. “Esse livro, escrito por um médico espanhol que morreu de câncer, afirma a importância de você sintonizar com as emoções das pessoas que lidera. Ele se centra numa coisa a que chama de ‘capital emocional’. Ele diz: O líder afetivo é aquele capaz de gerenciar expectativas e produzir confiança entre os que estão a sua volta. Me vem à cabeça aquele filme chamado Círculo de Fogo (2013), dirigido por Guillermo del Toro, que traz o discurso secreto de Nikita Khrushchov – quando os russos fogem covardemente das ofensivas alemãs durante a Batalha de Stalingrado e ele não sabe mais o que fazer. Nesse ponto, ele reúne seus oficiais e pergunta a todos o que podem fazer para motivar os soldados. E cada um, a seu modo, vai dando uma resposta padrão. Até que um oficial se arrisca a dizer: ‘Dê esperança a eles. Os homens precisam acreditar na vitória. Precisam de orgulho e vontade de lutar. Precisamos criar exemplos a serem seguidos. Precisamos de heróis’.”

Traçando um paralelo com a situação atual, o professor afirma que as ordens são abundantes, mas os exemplos não. “Um líder afetivo é essencial na sobrevivência das organizações e tem de saber gerenciar as emoções tóxicas (atitudes, comentários, fofocas que contaminam toda a organização). O líder tem de ser um bom gestor de toxicidade”. O filme O Último Samurai (2004) mostra a luta desigual entre os samurais – com suas armas artesanais – e o exército japonês apoiado pelo arsenal tecnológico norte-americano. E de como o americano vivido por Tom Cruise se torna um samurai depois de conhecer seus valores inegociáveis. Blasco termina com uma frase do filósofo existencialista cristão Gabriel Marcel, que diz: “Não estar disponível significa estar muito ocupado consigo mesmo”.

“É importante entregar a liderança que os outros esperam de nós”.  P.G. Blasco

 

 

 

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