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FILHOS - Medo do tratamento tem forte impacto na fertilização assistida

05/10/2012

Várias entrevistas realizadas com mulheres da França, Alemanha, Itália e Espanha que se submeteram a ciclos de fertilização assistida e publicadas no jornal “Human Reproduction” reportam como a dificuldade de engravidar se transforma num tormento para muitas mulheres. De acordo com Juan Garcia Velasco, diretor do Instituto de Infertilidade de Valência, a infertilidade provoca uma série de emoções negativas que tem impacto direto em importantes aspectos da vida da mulher.

Um terço das entrevistadas disse ter começado a se preocupar e ficar estressada desde o momento em que as tentativas não resultaram em gravidez. “Mesmo sem investigar a origem do problema, metade disse se sentir envergonhada ou um fracasso como mulher”, diz Velasco. O estudo também revelou que, embora muitas pacientes tenham revelado maior apoio de seus parceiros (63%), algumas se sentiram no ápice da ansiedade por conta das injeções e da deterioração do relacionamento a dois (19%).

Na opinião de Assumpto Iaconelli, médico especialista em Reprodução Humana, para atenuar as crises de ansiedade e estresse intrínsecas ao tratamento de fertilização assistida, os casais devem optar por uma clínica que ofereça todo o suporte emocional necessário. “Quanto mais esclarecido o casal for desde o início sobre o período que vão atravessar, recebendo apoio psicológico permanentemente, tanto mais calmamente poderão encarar cada uma das fases. Caso contrário, a infertilidade poderá repercutir em vários aspectos da vida em comum de uma forma tão impactante que acabará pondo em risco a continuidade do relacionamento”.

Para o especialista, a infertilidade no contexto sexual do casal pode se transformar numa experiência dolorosa, em que o prazer é substituído pela lembrança amarga da incapacidade de conceber. “Durante todo o tratamento o casal deve ser acompanhado e reavaliado sob o aspecto emocional. Checando a qualidade do sono e as mudanças em atividades de lazer temos um bom parâmetro sobre as mudanças que podem estar ocorrendo – isto sem mencionar os próprios relatos verbais sobre os sentimentos em cada uma das fases”.

Iaconelli diz que principalmente a mulher deve ser totalmente amparada emocionalmente pela clínica de fertilização assistida. “Ainda que a origem do problema seja masculina, é no corpo da mulher que ocorre a maioria dos procedimentos. Limitando ao máximo o desgaste emocional da paciente conseguimos cumprir cada etapa com sucesso e chegar ao tão esperado resultado da gravidez. É preciso que as mulheres se familiarizem mais com essa realidade. O estresse não deve jamais comprometer o desejo da maternidade”.


Fontes: Dr. Assumpto Iaconelli Jr., médico ginecologista especialista em Reprodução Humana e diretor do Fertility – Centro de Fertilização Assistida, em São Paulo.
http://www.sciencedaily.com/releases/2012/10/121003111151.htm

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