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ODONTOLOGIA - Você conhece o ART, Tratamento Restaurador Atraumático?

23/11/2013

Apesar de a cárie ter sido quase banida dos países industrializados, ainda é um dos maiores problemas de saúde pública em várias partes do mundo. Muitas vezes, as pessoas sabem que têm cáries, mas vão adiando o tratamento até que a única solução viável seja a extração do dente. Desconhecem, muito provavelmente, que a perda de um dente faz a força da mordida diminuir em 30%, comprometendo a mastigação e, por consequência, a alimentação e a saúde do indivíduo. O ‘tratamento restaurador atraumático’ (ART), foi desenvolvido para atender a esse perfil populacional comum em países em desenvolvimento. Trata-se de uma técnica que envolve prevenção e tratamento de cáries com instrumentos manuais, dispensando o temido ‘motorzinho’ e manobras sofisticadas.

De acordo com o professor holandês Jo Frencken, membro do Comitê Mundial de Desenvolvimento Dental e Promoção da Saúde, o objetivo é adotar uma abordagem amigável, que não provoque medo de nenhuma natureza no paciente nem ansiedade. Sendo assim, as lesões de cárie são tratadas sem uso de anestesia e sem dor. “O tratamento restaurador atraumático é um conceito baseado em cuidados preventivos (selantes ART) e restauradores (restauração ART). Por não depender de equipamento rotatório, pode ser aplicado nos serviços públicos e particulares, e em situações estratégicas. O ART tem potencial para aumentar o acesso de muitas pessoas que estão atualmente desassistidas aos serviços odontológicos.”

Nesse contexto, há que se destacar a importância do ‘ionômero de vidro’. Trata-se de um material fundamental para o sucesso do ART, já que adere ao dente de tal forma que reduz bastante o som emitido pelos procedimentos realizados pelo cirurgião-dentista. Além disso, como é biocompatível e continua liberando flúor com o passar do tempo, tem ação preventiva. Em resumo, a técnica consiste na remoção da cárie através de instrumentos manuais e na restauração da cavidade com uso do cimento de ionômero de vidro, além do selamento de fissuras que impede a progressão da lesão.

Frencken afirma que essa técnica – que faz parte da Odontologia Minimamente Invasiva – é especialmente indicada nos casos de pequenas lesões de cárie e naquelas em que as mãos do cirurgião-dentista têm livre acesso para realizar o tratamento. Crianças, idosos, pacientes com histórico de trauma ou mesmo pessoas com necessidades especiais podem se beneficiar muito dessa abordagem diferenciada. Por outro lado, a técnica é desaconselhada quando há abcesso próximo ao dente cariado, quando a polpa do dente está exposta, ou, ainda, quando a cavidade cariada não é acessível aos instrumentos manuais.

No ano que vem, durante a realização do 32° CIOSP (Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo), promovido pela Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas entre 30 de janeiro e 2 de fevereiro, Jo Frencken estará no Brasil para falar mais sobre a importância da abordagem do tratamento restaurador atraumático e sobre sua experiência em diversos países em desenvolvimento. Afinal, a técnica ART também é um bom recurso para ser melhor explorado entre pessoas em risco social, populações rurais, e em grupos sem acesso a tratamentos sofisticados.

Mais informações:

Sobre Jo Frencken – http://archive.fdiworldental.org/c/document_library/get_file?uuid=5db2fcc5-50d8-43ea-9491-997905cf3d77&groupId=10157

Sobre a técnica ART (Atraumatic Restorative Treatment) – http://www.nature.com/bdj/journal/v214/n1/abs/sj.bdj.2012.1175.html

Sobre o 32º CIOSP – www.ciosp.com.br

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