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Não são poucos os casos que vêm a público de pessoas que passaram por complicações durante procedimentos estéticos. Muitas vezes, porque o profissional em questão nem era cirurgião plástico, nem o ambiente cirúrgico atendia às exigências. Na opinião do doutor Fabrício Torres, uma das mudanças de postura mais urgentes da categoria é estabelecer a padronização das imagens de pré e pós-operatório – medida que ainda não foi tomada pela maioria dos profissionais no Brasil, mas que é de fundamental importância para a avaliação dos resultados cirúrgicos e a orientação do paciente.
“A padronização das fotografias é uma medida que vai servir de parâmetro para toda a classe, além de ser de grande valor para a formação de novos cirurgiões plásticos. O que existe hoje à disposição dos pacientes em websites e consultórios pode ser considerado mais uma ação de marketing do que uma documentação científica”, diz Torres.
De acordo com o especialista, as fotos utilizadas sem obedecer qualquer padronização expõem os pacientes a riscos desnecessários, na medida em que têm a ilusão de que vão deixar o centro cirúrgico ‘igual à modelo da foto’. “Essa não é a função da fotografia, que faz parte de um planejamento cirúrgico minucioso. A fotografia é útil como documento e como guia para um planejamento cirúrgico individualizado, já que algumas alterações sutis podem se evidenciar nas fotos, sendo fundamentais na estratégia que o cirurgião irá tomar durante o ato cirúrgico.”
“A principal diferença entre a fotografia artística e a médica é que, no primeiro caso, o paciente tem acesso àquilo que interessa à clínica transmitir. Já na fotografia médica, que obedece a critérios de posicionamento, fundo e iluminação, por exemplo, a informação fornecida é o resultado fiel das fotografias pré e pós-operatórias, sendo inclusive muito útil para a capacitação continuada dos médicos”, diz Torres.■