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Turismo cosmético: fenômeno da cirurgia plástica oferece riscos

11/07/2007

O turismo cosmético vem aumentando ano a ano, contando com reforços nas áreas de infra-estrutura hoteleira e hospitalar. Agências de viagem preparadas para receber visitantes de todos os países ‘pipocam’ nos jornais, oferecendo pacotes que integram cirurgia plástica e hospedagem em pontos turísticos de todo país.
De acordo com o doutor Marco Túlio Junqueira Amarante, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, como quase todos os procedimentos não têm cobertura dos seguros-saúde, o quesito preço é decisivo. “Muitas pessoas resolvem cruzar os oceanos a fim de se submeterem às cirurgias plásticas no Brasil. Em primeiro lugar, pelo preço, que é consideravelmente menor. Depois, porque nossos profissionais têm grande expertise, além de contarmos com uma entidade reguladora muito séria, que é a SBCP”.
Amarante reconhece que muitos pacientes estrangeiros vêm procurando ‘casar’ propósitos estéticos com diversão. “Até mesmo em Poços de Caldas, que é uma estância balneária e climática, conhecida internacionalmente por suas águas medicinais, o turismo cosmético vem aumentando. Principalmente nas férias de julho, o movimento de pessoas que passam por cirurgias plásticas estéticas chega a aumentar 30%”.
De acordo com o médico, apesar de parecer uma proposta bastante tentadora, pacientes estrangeiros que estão prestes a embarcar em um turismo cosmético para o Brasil devem seguir alguns parâmetros de segurança, para evitar desgastes desnecessários.
“Além de investigar pormenorizadamente as atividades da agência de turismo, bem como do médico responsável pelo procedimento escolhido, o paciente-turista deve buscar informações detalhadas sobre a clínica ou hospital em que será realizado o procedimento. Vale lembrar que, se para as agências essa é mais uma modalidade turística, para o paciente pode significar sua segurança e sua vida”, diz o especialista.
Amarante também chama atenção para o fato de que nem toda cirurgia oferece um pós-operatório compatível com passeios a pontos turísticos. “Banhos de sol e mar, ingestão de álcool, intensa atividade física ou longos passeios para fazer compras são totalmente proibidos para a maioria dos pacientes que se submeteram a procedimentos cirúrgicos.”
O cirurgião plástico também adverte sobre os riscos de o paciente ter complicações como infecções, ruptura de pontos, hematomas e problemas de cicatrização, que poderiam ser mais controlados em situação normal. “O ideal é o turista permanecer em repouso entre cinco e sete dias depois da cirurgia plástica, além do período necessário para cuidados como retirada de pontos. Cuidados especiais também devem ser tomados para evitar o aparecimento de embolia pulmonar, devido ao longo período que permanecerá sentado no avião. No caminho de volta para casa, o paciente deve levantar-se várias vezes e caminhar pelo avião durante o percurso”. ●
Fonte: Dr. Marco Túlio Junqueira Amarante, mestre em Cirurgia Plástica
e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (www.marcotulioja.com.br)

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