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Dor na virilha desafia médicos

04/09/2007

Especialista critica ‘febre’ de superindicação de artroscopia de quadril

Dor crônica na virilha ao correr, dor ao sentar e dirigir, dor ao cruzar as pernas, dor na lateral do quadril, dor na região do bumbum e dor para subir escadas. Todas têm algo em comum: são de difícil diagnóstico.

De acordo com Marc Philippon, um dos ‘pais’ da artroscopia de quadril e conhecido como ‘cirurgião das estrelas’, por tratar diversas celebridades norte-americanas dos esportes, “o quadril é a última fronteira da medicina esportiva. Muito se sabe sobre ombros, joelhos e tornozelos. Já o quadril, por ser revestido de músculos fortes e estar localizado profundamente, pode levar a diagnósticos imprecisos”.

A dor crônica na virilha pode ter origem em diversas ocorrências, como crise renal, inflamações pélvicas, lúpus eritematoso, tumores, malformação óssea, atrite reumatóide, subluxação, fraturas por estresse e lesão na cabeça do fêmur. “A lesão do labrum, cartilagem semelhante ao menisco do joelho, é uma das causas mais comuns de dor crônica na virilha. Muitas vezes, ela se desenvolve depois de uma queda ou por esforço repetitivo. Há atletas de 25 anos com um desgaste de quadril de uma pessoa de 85 anos”, diz o médico brasileiro Lafayette Lage, um dos primeiros ‘discípulos de Philippon’ a se especializar em artroscopia do quadril.

Com quase 300 artroscopias e mais de 1.000 cirurgias do quadril realizadas, Lage diz que nem sempre a artroscopia é o tratamento mais indicado. Enquanto atletas, jogadores e bailarinos dependem da perfeita movimentação do corpo para sobreviver, a maioria das pessoas precisa se sentir bem para se locomover, dirigir, dançar e ter uma vida sexual satisfatória. É nesses casos que novas terapias têm contribuído para adiar a cirurgia.

O especialista diz que estamos em meio a uma ‘febre’ de superindicação de artroscopia de quadril. A cirurgia, entretanto, deveria ser realizada depois de todos os tratamentos conservadores não terem sucesso.

“Dependendo do nível de atividade, restrição de mobilidade, imagens de ressonância magnética e tomografia computadorizada, podemos optar pela Terapia de Sinais Pulsados (PST, de Pulsed Signal Therapy). O tratamento com ondas eletromagnéticas tem-se mostrado bastante eficaz no alívio da dor, não é invasivo, nem apresenta efeitos colaterais”, diz Lage.

Lage considera que a maior parte dos médicos desconhece a terapia com campos eletromagnéticos, muito utilizada na Europa há mais de 10 anos. “As novas gerações de médicos ortopedistas estão muito invasivas. Indicam precocemente a cirurgia, desconsiderando todos os riscos envolvidos e o fato de que o paciente poderá ficar pior do que antes”.


História de sucesso

A procuradora mato-grossense Denise Borralho, de 42 anos, caiu no estacionamento do local de trabalho em 2005. Desde então, passou a sentir fortes dores na lateral esquerda do quadril, que a fizeram entrar com licença médica e viver à base de potentes antiinflamatórios para controlar a dor. Os exames apontavam lesão do labrum e um especialista local sugeriu a artroscopia do quadril.

Na tentativa de evitar a cirurgia, Denise buscou uma segunda opinião com o doutor Lafayette Lage, e acabaram optando pelo tratamento conservador, com PST. “Depois de seis dias de tratamento com ondas eletromagnéticas, a dor de grau 4, muito agressiva, passou para grau 3. Um mês e meio depois, a paciente sentia dor de grau 2 e começou a recuperar alguns movimentos. Com seis meses, a dor passou para grau 1 e ela voltou a trabalhar sem a necessidade dos analgésicos. Depois de um ano, a dor desapareceu”.

O ortopedista diz que a grande vantagem de cortar o círculo vicioso “dor, espasmo muscular, sono não-repousante e dor mais intensa ainda” é proporcionar importante melhora na qualidade de vida dos pacientes. “A PST desinflama e regenera os tecidos conjuntivos.”

Lage diz que, a exemplo de Denise – que já recomendou outros conhecidos –, muitas pessoas podem se beneficiar das novas e não-invasivas tecnologias para se livrar de dores na virilha sem ter de se submeter à cirurgia do quadril. “Há casos, principalmente em pacientes obesos ou com sobrepeso, que, além da PST para recuperar a cartilagem, é preciso entrar com dieta para perda acentuada de peso e fisioterapia para fortalecer os músculos”. ■

Fonte: Dr. Lafayette Lage, médico ortopedista, especialista em Medicina Esportiva e Cirurgias de Próteses e Quadril, diretor da Clínica Lage Ortopedia de Ponta (www.clinicalage.com.br)

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