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Mercado de TI tende à concentração

15/05/2008

*Ezequias Sena

A crescente valorização da economia brasileira tem garantido maior presença verde-amarela no mercado mundial de TI. Ainda assim, muitas empresas já identificaram a necessidade de se fortalecer para garantir, primeiramente, sua fatia no mercado interno, e, depois, poder esboçar novas investidas em países vizinhos.

A onda de fusões e aquisições não é nova. Há dez anos vem pautando a indústria farmacêutica e os serviços de saúde, que tiveram início quando a Pharmacia&UpJohn se fundiu com a Monsanto. Como fruto dessa fusão, surgiu a Pharmacia Corporation, que em 2003 foi adquirida pela Pfizer – que, por sua vez, se tornou ainda maior e pôde ter acesso a novas patentes.

Nesse meio tempo, assistimos a fusão de inúmeras empresas, desde marcas de cerveja até companhias aéreas, bancos e, mais recentemente, grandes marcas do mundo da moda.

No setor de telecomunicações o assunto ainda está borbulhando, transformando empresas especializadas em multisserviços. Caberá à tecnologia 3G, inclusive, derrubar de vez as barreiras que impedem as empresas de telefonia móvel competir com as fixas. Além disso, fusões como a da Oi com a Brasil Telecom são garantia de expansão das áreas de atuação e redução de competição nesses mercados.

A concentração econômica deverá caracterizar muitos negócios como “briga de cachorro grande”, levando muitos empresários a assumir um novo papel: ou de investidor, ou de vendedor. A necessidade de atender um setor em forte expansão de maneira rápida e eficiente é um dos fatores decisivos para as fusões de empresas TI. O objetivo é entregar cada vez mais serviços com qualidade total, aumentando a fatia de mercado e fidelizando clientes.

Seja para ganhar novos mercados estrangeiros, seja para eliminar a concorrência e se fortalecer no mercado, algumas empresas que atuam no setor de TI estão seguindo o mesmo caminho. É o caso da HP, que acaba de adquirir a EDS (Electronic Data Systems), cujo foco sempre foi o gerenciamento de data centers, help desks e redes. A EDS, por sua vez, já havia adquirido uma empresa de consultoria há 13 anos.

Ainda não está claro o objetivo dessa fusão entre empresas com caminhos tão díspares. Analistas se mostram intrigados, já que ficaram “com um pé atrás” depois do negócio mal arranjado entre a HP e a Compaq à época da demissão da Carly Fiorina. O fato é que o anúncio parece estar aquecendo a fase das fusões e aquisições na área de TI, prenunciando movimentações de empresas como Infosys Technologies, Tata Consultancy Services, Wipro e Cognizant Technology Solutions. Afinal, a concentração de forças vem sendo encarada como uma das poucas formas de enfrentar essa concorrência cada vez mais acirrada.
*Ezequias Sena é consultor, diretor administrativo e comercial da On Line Brasil (www.onlinebrasil.com.br) – empresa de TI que está há 15 anos no mercado e tem foco nos serviços de data center, virtualização e segurança.

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