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Ler por prazer é possível

27/06/2008

*Cláudio Amadio

Há 20 anos, dar um livro de presente de aniversário ou Natal seria a melhor forma de ver uma criança desapontada. Hoje, entretanto, isso mudou. Confiantes na missão de estimular o público infanto-juvenil à leitura, as editoras vêm investindo pesadamente nesse ‘universo’. E o resultado de apostar em escritores e ilustradores de alto nível, caprichar no acabamento e buscar entender as necessidades desse público pequeno na altura, mas exigente na postura, não poderia ser melhor.

A pesquisa Retratos da leitura no Brasil, divulgada recentemente, revela que o brasileiro lê 4,7 livros por ano, em média. Quando analisamos os resultados referentes aos leitores entre cinco e 10 anos, a média sobe para 6,9. E entre 11 e 13 anos, alcança a casa dos 8,6. Essa, sem dúvida, é uma grata surpresa, fruto de um trabalho integrado com as escolas. Tanto é assim, que os adultos lêem em média um livro por ano – índice lamentavelmente baixo.

De volta às crianças, vemos que o trabalho de estímulo à leitura que vem sendo feito evidencia estarmos no caminho certo. Hoje, um esforço conjunto entre escolas e editoras mostra aos pais o quanto é importante estimular seus filhos a ler. Além de criar afinidades dentro dos lares, a leitura permite que a criança diferencie a palavra escrita da impressa, construa um vocabulário mais rico, desperte para o mundo de entretenimento e imaginação que cabe dentro de um livro, desenvolva habilidades auditivas e concentração, crie o gosto pela literatura e, muito importante, encare a leitura como uma alternativa de lazer para a família.

Hoje, não são poucos os pais que se preocupam com a qualidade das férias escolares de suas crianças. Ou seja, ao lado dos esportes, das viagens, do videogame e da televisão, procuram oferecer programas que enfatizem a diversão e a cultura ao mesmo tempo, fazendo da leitura uma atividade familiar, onde todos compartilham as experiências obtidas com os livros.

A fim de atender essa nova postura de pais e filhos, vem ocorrendo toda uma mobilização para diversificar as propostas de diversão, apresentando a leitura e a cultura como mais uma forma de prazer e lazer. Na Cidade do Livro, por exemplo, em julho haverá 28 apresentações em que os pais podem levar seus filhos. Grandes livrarias também estão investindo na programação de férias, bem como alguns shopping centers. Trata-se de dar oportunidade para um lazer de melhor qualidade, sabendo que o hábito da leitura, quando é cultivado desde cedo, poderá durar a vida inteira e contribuir para aumentar os índices de leitura dos adultos.

*Cláudio Amadio é criador e diretor da Cidade do Livro (www.cidadedolivro.com.br), que até o fim de 2008 deverá atender 1.200 escolas, 8.500 educadores e 80.000 alunos em um espaço de dois mil metros quadrados totalmente projetado para associar diversão e cultura.

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