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Dinheiro influencia felicidade e saúde?

25/07/2008

Os estudos iniciados há mais de um ano na Carnegie Mellon University, em Pittsburgh (Estados Unidos), coordenados pelo professor de psicologia Sheldon Cohen, avaliam se a felicidade cura qualquer doença. O fato, até agora comprovado, ainda é motivo de muitas discussões. Principalmente quando o dinheiro entra nessa equação. Afinal, dinheiro traz felicidade e, consequentemente, mais saúde?

“Claro que todo mundo adoece e que não se encontram pílulas da felicidade em drogarias ou lojas de conveniência. Por isso, é necessário um esforço pessoal. Manter um estado emocional mais positivo é um fator importante na prevenção de doenças”, diz Cohen. Seu estudo revelou que emoções positivas são um “plus” contra gripes, resfriados e outras doenças.

Na opinião do professor Luiz Gonzaga Leite, chefe do departamento de Psicologia do Hospital Santa Paula, em São Paulo, como a felicidade é um estado de espírito, depende de um conjunto de fatores que incluem relacionamentos pessoais, amorosos e profissionais, além do fator dinheiro.

“Pessoas que estão passando por sérios problemas financeiros certamente acabam somatizando diversas doenças. É comum o indivíduo apresentar baixa imunidade para gripes e resfriados, alergias, obesidade, problemas de pele, hormonais, cardíacos e gástricos. Nesses casos, também cabe ao psicólogo ajudar o paciente a buscar um equilíbrio financeiro, encontrando soluções para seus problemas materiais e exercitando a aceitação dos limites impostos pela realidade”, diz Leite.

Brigas de casais também comprometem a saúde

Na opinião do cardiologista Otávio Gebara, do Instituto de Cardiologia de São Paulo, “o estresse envolvido nas desavenças conjugais aumenta os níveis de catecolaminas na circulação. Essas substâncias levam ao estreitamento das artérias, e por isso são perigosas. O estresse também ativa as plaquetas que são responsáveis pela coagulação do sangue. A soma dos dois efeitos leva a uma condição propícia para o entupimento de uma artéria, podendo causar um infarto ou um AVC (acidente vascular cerebral)”.

As brigas de casais também podem contribuir para o surgimento da síndrome metabólica, que é uma reunião de disfunções: pressão alta, excesso de gordura abdominal, níveis anormais de colesterol e elevada taxa de açúcar no sangue. Esse quadro costuma aumentar o risco de diabetes, cardiopatias e infartos.

Gebara diz que mulheres mais felizes liberam menores quantidades de cortisol, substância que participa no desenvolvimento de hipertensão e arteriosclerose – doenças responsáveis pela maioria das mortes em todo mundo. “Não basta querer ficar feliz para escapar do problema. É necessário empenho individual. O que se sabe é que algumas atividades, como a meditação e o relaxamento, liberam na circulação substâncias protetoras e diminuem os hormônios ligados ao estresse, como o cortisol e a adrenalina. Ou seja, é o emocional influenciando a saúde e as relações interpessoais”.

Fontes:
Prof. Luiz Gonzaga Leite, Chefe do Departamento de Psicologia do Hospital Santa Paula
Dr. Otávio Gebara, médico cardiologista do Instituto de Cardiologia de São Paulo

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