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Polêmica: terapias alternativas podem frustrar planos de maternidade?

18/08/2008

Estudo apresentado durante encontro da Sociedade Européia de Reprodução Humana, em Lyon (França), revela que algumas terapias alternativas, como reflexologia e suplementos à base de ervas, podem reduzir as chances de gravidez.

Durante um ano, pesquisadores acompanharam mulheres em procedimento de fertilização in vitro. De 800 pacientes envolvidas no estudo, 261 adotaram algum tipo de terapia alternativa, como reflexologia, suplementos naturais, homeopatia e acupuntura, resultando em 20% menos chances de engravidar do que as mulheres que seguiram apenas o tratamento. A conclusão é dos pesquisadores Jacky Boivin, da Cardiff University, e Lone Schmidt, da Universidade de Copenhagen.

Embora o estudo não tenha individualizado as respostas de cada terapia, os resultados surpreenderam até mesmo os autores do estudo. “Talvez essas terapias não sejam tão benignas quanto nós pensávamos”, disse Boivin.

A notícia já vem sendo contestada por diversos especialistas mundialmente conhecidos. De acordo com a doutora Andrea Braverman, da Sociedade de Medicina Reprodutiva de Nova Jersey (Estados Unidos), que inclusive tem se aprofundado no estudo dos benefícios da acupuntura para o processo de fertilização in vitro, não se pode tomar como certos os resultados sem antes ver que tipo de amostragem os pesquisadores utilizaram.

Na opinião da doutora Silvana Chedid, especialista em Medicina Reprodutiva que no final do ano passado apresentou importante trabalho sobre o tema durante encontro promovido pela Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, em Washington (Estados Unidos), com certeza, a acupuntura tem contribuído para aumentar as taxas de sucesso dos tratamentos.

“Em dois anos, 51% das pacientes que se submeteram à acupuntura durante o tratamento de reprodução assistida em nossa clínica engravidaram, contra 21% daquelas que não foram submetidas à terapêutica”, diz a especialista brasileira.

Segundo Silvana Chedid, a acupuntura eleva o fluxo de sangue no útero, aumenta a espessura endometrial e melhora a receptividade aos embriões. “Além disso, pela liberação das endorfinas no sistema nervoso central, diminui o estresse emocional e a ansiedade – que são muito freqüentes em casais inférteis –, regulando os hormônios femininos”.

Fonte:
*Dra. Silvana Chedid é médica ginecologista, diretora da clínica Chedid Grieco Medicina Reprodutiva (www.chedidgrieco.com.br) e chefe do setor de Reprodução Humana do Hospital Beneficência Portuguesa (SP).

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