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Câncer oral ameaça fumantes e não-fumantes

18/08/2008

Homens têm cinco vezes mais chances de ter a doença

Os dentistas são popularmente conhecidos como os profissionais de saúde procurados somente em situações de emergência e dor. Só que essa negligência – ou ‘fuga’ mesmo – pode ter resultados graves, inclusive aumentar os riscos de câncer oral. A doença atinge 270 mil pessoas por ano e representa 7% do total de novos casos de câncer em todo o mundo. E o pior: atinge fumantes e não-fumantes, como provam estudos científicos.

Na América do Sul, o Brasil é o país com os maiores índices de câncer oral em homens. Na capital paulista, ocorrem 25,3 casos para cada 100 mil homens contra 4,9 para cada 100 mil mulheres. Artigo publicado recentemente na Revista de Saúde Pública aponta o fumo e o álcool como importantes fatores de risco para a doença. Mas, há especialistas que discordam. “Não importa se a pessoa não fuma nem consome bebidas alcoólicas. O grande vilão do câncer bucal, com exceção dos fatores genéticos, é a higiene, falta de acompanhamento e próteses mal adaptadas”, diz o cirurgião-dentista Marcelo Rezende, diretor da Smiling Dental Care.

Rezende afirma que o problema dos fumantes é que muitos adiam a escovação após as refeições por saberem que ainda vão fumar e tomar um cafezinho. Mas nada comprova que os não-fumantes deixam a mesa de refeições e vão diretamente para o toalete escovar os dentes. “Um dos indícios de que a pessoa precisa cuidar mais dos dentes e buscar bons tratamentos odontológicos é o sangramento da gengiva. Esse quadro pode indicar gengivite, que é uma inflamação causada pela placa bacteriana, ou mesmo periodontite, que é a infecção que destrói as estruturas de sustentação dos dentes. Isso é um problema que, se não tratado, pode se estender e piorar o quadro”.

Segundo o especialista, medidas preventivas, como visitas periódicas ao dentista e a adoção de uma boa higiene bucal apropriada reduzem significativamente as chances não só de a pessoa ter câncer oral, mas diversas outras doenças. “Usar corretamente o fio dental, usar escovas de dentes com cerdas macias, escovar a língua e fazer bochechos com flúor uma vez ao dia são medidas bastante eficazes para garantir a saúde bucal. O que faz mal à nossa boca são as bactérias e os restos de alimentos que permanecem entre os dentes, às vezes, por horas”, alerta Rezende.

Fonte:
*Dr. Marcelo Rezende é cirurgião-dentista, especialista em implantes dentários, diretor da Smiling Dental Care (Manaus, AM), e membro da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética.

*Agência Notisa (jornalismo científico - science journalism)

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