Notícias

Eleições 2008 - Pendências na Justiça não inibem candidatos

22/09/2008

Candidatos à prefeitura de São Paulo estão sempre se autopromovendo durante o horário político, como se alguns deles estivessem com a ‘ficha’ limpa. A impressão que se tem é de que não importa o que a mídia tenha publicado sobre suas pendências na Justiça. Eles continuam empregando vasto repertório para conquistar votos.

Com os vereadores acontece o mesmo. Estranhamente, até mesmo vereadores que poderiam ter sido bem avaliados pelo Movimento Voto Consciente estão ‘pendurados’ na Justiça e ainda assim fazem de tudo para se reeleger, tanto quanto aqueles que tiveram um péssimo desempenho.

Nesse ‘balaio de gatos’, por exemplo, estão vereadores que tiveram boas notas, como Claudio Prado do PDT (média 7,6), Francisco Chagas do PT e Juscelino Gadelha do PSDB (ambos com média 7,0). Mas também se encontram os vereadores Agnaldo Timóteo do PR (média 4,7) e Carlos Apolinário do DEM (média 3,7). Todos com pendências na Justiça Eleitoral referentes à prestação de contas da última eleição, em 2004.

De improbidade administrativa são acusados os vereadores Ricardo Teixeira do PSDB (média 6,5), Antonio Carlos Rodrigues do PR (média 6,2) e Claudete Alves do PT (média 6,2), ao lado da vereadora Myryam Athiê, que ficou bem abaixo da média (3,6).

O vereador Jooji Hato (média 6,4) teve sua prestação de contas referente à campanha eleitoral de 2006 desaprovada, mas o processo foi arquivado. Beto Custódio do PT (média 6,3), então, tem uma pendência referente à sua campanha de 1998, em que foi mantida a desaprovação de contas. Seu colega de partido, Senival Moura (média 5,1), apesar de não ter demonstrado bom desempenho como vereador, teve a ‘sorte’ de o processo referente à desaprovação das contas de campanha de 2002 para deputado estadual ser arquivado.

Bons ou maus, o fato é que tais políticos estão tentando a reeleição, torcendo para que passem despercebidos ao eleitor esses problemas com a Justiça. “É uma pena que, nessas horas, políticos que tiveram relativamente bom desempenho na Câmara Municipal de São Paulo estejam nas mesmas condições que aqueles que de fato não se dedicaram a melhorar esta cidade. Mas isso não deve impedir que o povo tenha conhecimento dos fatos e que formule seu próprio julgamento”, diz Sonia Barboza, coordenadora dos estudos realizados na Câmara Municipal.

Segundo Sonia, é importante que os eleitores saibam que, ainda que os processos tenham sido arquivados, isto não quer dizer que esses políticos estão quites com a Justiça. “Esse é mais um dos absurdos da nossa Justiça Eleitoral, que arquiva processos rejeitados por ela mesma. Felizmente, a partir destas eleições, o candidato eleito que tiver as contas rejeitadas pelo TRE não será mais diplomado”.

Fontes:
Transparência Brasil
Sonia Barboza, voluntária e coordenadora dos trabalhos do Movimento Voto Consciente na Câmara Municipal de São Paulo (www.votoconsciente.org.br)

Rua Lord Cockrane, 255 conj.2 ‐ Ipiranga ‐ 04213-000 ‐ São Paulo ‐ SP

(55-11) 98547-0170

heloisa.paiva@presspagina.com.br