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Você se incomoda com o barulho?

12/02/2009

Nervosismo, insônia e depressão podem estar relacionados à perda auditiva

A exposição exagerada do sistema auditivo humano aos vários tipos de barulho acelera o processo de perda de audição e causa outros problemas na vida das pessoas. “Além dos efeitos físicos, como as lesões na cóclea – onde as informações de alta freqüência são processadas –, a perda de audição pode causar distúrbios psicológicos e problemas de comunicação”, explica o otorrinolaringologista Aníbal Arrais, do Hospital Santa Paula.

“Os efeitos psicológicos da perda de audição se manifestam de duas formas bastante claras. Há pessoas que de fato escutam menos, como os idosos. Nesse caso, o isolamento é comum. O paciente evita o convívio com a família e deixa de participar de reuniões e eventos. Isso faz com que a depressão e a insônia se instalem rapidamente”, diz o especialista.

Segundo Arrais, a segunda forma está relacionada com as pessoas que escutam sem entender. “É aquele indivíduo que está sempre pedindo para o outro repetir o que acabou de falar, porque não entendeu a mensagem corretamente. Nesse caso, predomina a irritação e o nervosismo. O paciente acaba inclusive se sentindo frustrado, porque consegue escutar, mas não entende a conversa ou o que está sendo falado na televisão”.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, 10% da população mundial apresentam algum tipo de deficiência auditiva. Na opinião do médico, as causas estão relacionadas com a exposição cumulativa ao barulho. “As pessoas são submetidas a diversos tipos de ruído todos os dias, tanto em suas casas, como nos locais de trabalho e vias públicas. O ronco do motor de carros e motos, sirenes, buzinas, aparelhos domésticos, lugares agitados, bares com música ao vivo, e principalmente os fones de ouvido utilizados com aparelhos eletrônicos e celulares são os grandes responsáveis pela perda gradativa da audição”.

Segundo o doutor Arrais, os problemas auditivos e seus desdobramentos variam de acordo com o grau de exposição. “No início, as pessoas costumam apresentar perdas temporárias que duram entre 12 e 14 horas, sendo restabelecidas em seguida. Quando o problema evolui, as perdas se tornam mais freqüentes e longas, com o surgimento de ruídos nos ouvidos. A audição não é restabelecida por completo e a perda se torna permanente. Na velhice, trata-se de um problema bastante comum e que pode ser contornado”.

O especialista ressalta a preocupação com a identificação dos sintomas. “Por ser um efeito cumulativo, muitas vezes a pessoa não percebe as mudanças no grau da audição e se habitua ao problema”. Portanto, é preciso ficar atento a mudanças quase imperceptíveis relacionadas ao entendimento dos sons e sua sensibilidade. “A qualquer alteração, um especialista deve ser consultado. Normalmente, é através de um exame de audiometria que se detecta o tipo e o grau da perda auditiva”, conclui Arrais.

Fonte: Prof. Dr. Aníbal Arrais é médico otorrinolaringologista do Hospital Santa Paula (www.santapaula.com.br)

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