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Obsessão por ser mãe pode adiar ainda mais a gestação

20/02/2009


Alguns acreditam ser uma questão cultural. Outros alegam haver componentes genéticos. A predisposição à maternidade, seja qual for a sua raiz, é natural e resulta quase sempre em um grande acontecimento. Mas preocupam aquelas mulheres que, obcecadas por ter um filho, acabam adiando ainda mais a realização de seus sonhos.

“O componente psicológico implícito na tentativa de ter um filho é tão forte para algumas mulheres, que muitas chegam a fazer um autodiagnóstico de infertilidade sem nem mesmo terem tentado engravidar naturalmente durante seis meses seguidos”, diz a doutora Silvana Chedid, especialista em fertilização in vitro e diretora da clínica Chedid Grieco Medicina Diagnóstica.

Segundo a médica, mulheres que adiam a maternidade para quando estiverem com a vida profissional ou pessoal mais definida são as que mais sofrem os efeitos da pressão psicológica quando decidem engravidar. “Enquanto há mulheres obcecadas por ter muitos filhos, como a americana que acaba de dar à luz óctuplos, também há aquelas que entram num processo de ansiedade logo nas primeiras tentativas frustradas. Há componentes de culpa e de baixa auto-estima, além das pressões sociais. Geralmente, a paciente não consegue administrar muito bem a curiosidade de familiares e amigos sobre quando nasce o bebê. Isto quando a ansiedade do próprio parceiro não acaba aumentando ainda mais sua tensão”.

Por outro lado, a especialista em reprodução humana adverte sobre a idéia de que a “infertilidade está apenas na cabeça da pessoa”. “Não se pode menosprezar um assunto tão importante como a capacidade de gerar uma criança. Se uma boa predisposição mental contribui para ter uma gravidez fácil e tranqüila, não é verdade que tudo esteja relacionado ao emocional”.

Segundo a doutora Silvana Chedid, as principais causas de infertilidade na mulher estão relacionadas a problemas ovulatórios, obstrução nas trompas (em geral causada por infecções pélvicas), ou endometriose. Não são incomuns os casos imunológicos, em que ocorre produção de anticorpos que diminuem a capacidade de fertilização dos espermatozóides e a capacidade de implantação dos embriões.

“Para chegar a um diagnóstico acertado, a investigação da fertilidade feminina envolve dosagens hormonais, ultrassonografia transvaginal, e histerossalpingografia. Em alguns casos podem ser necessários exames um pouco mais sofisticados, como a vídeo histeroscopia (para avaliação da cavidade uterina) e vídeo laparoscopia. No homem, realizamos o espermograma, que avalia o número e a qualidade dos espermatozóides. Para que o espermograma seja considerado normal, é necessário que haja um número mínimo de espermatozóides com motilidade rápida e forma normal”, diz a médica.

Fonte: Dra. Silvana Chedid, médica ginecologista, diretora da clínica Chedid Grieco Medicina Reprodutiva, chefe do depto. de Reprodução Humana do Hospital Beneficência Portuguesa (SP). www.chedidgrieco.com.br

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