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SAÚDE - Neste verão, maneire no álcool. Raciocínio, fala, movimentos e memória podem ficar comprometidos

05/01/2018

O consumo elevado de álcool pode encolher algumas regiões do cérebro. Estudo realizado pelo neurocientista Peter Thanos, dos Estados Unidos, se apoiou em imagens de ressonância magnética de camundongos para melhor entender o papel da genética nos danos cerebrais provocados pelo consumo excessivo de álcool e apontar caminhos e estratégias mais eficazes de prevenção e tratamento do alcoolismo.

De acordo com a radiologista Flavia Cevasco, do CDB Medicina Diagnóstica, em São Paulo, a ressonância magnética tem condições de diagnosticar vários tipos de lesões causadas pelo álcool no cérebro dos indivíduos, sendo algumas reversíveis e outras permanentes. “O consumo crônico de álcool resulta na redução e atrofia de partes específicas do cérebro que podem levar à alteração do equilíbrio e marcha, dificuldade de raciocínio, cálculo e memória, muitas vezes progressivos e irreversíveis, além de quadros graves que evoluem para coma e morte se não forem tratados com rapidez e eficiência”.

De acordo com a médica, alguns desses sintomas são encontrados na Síndrome de Wernicke-Korsakoff (neuropatia relacionada à carência de vitamina B1), com achados específicos na ressonância magnética que permitem o diagnóstico e tratamento rápido e eficaz. As regiões do cérebro mais afetadas pelo consumo excessivo de álcool são responsáveis por alterações na memória e no comportamento, deficiência cognitiva, dificuldade para articular palavras e movimentos.

As imagens de ressonância magnética obtidas no estudo do médico norte-americano mostram que os camundongos submetidos ao consumo diário de uma solução com 20% de álcool durante seis meses sofreram atrofia do cérebro, de modo geral, e um encolhimento específico do córtex cerebral naqueles indivíduos com falta de receptor de dopamina D2.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o consumo anual per capita de álcool aumentou 43,5% no Brasil nos últimos dez anos, superando a média internacional – que é de 6,4 litros. Entre 2006 e 2016, o consumo médio de álcool ingerido por brasileiros a partir de 15 anos de idade saltou de 6,2 para 8,9 litros ao ano. A entidade também revelou que 3,3 milhões de pessoas morrem todos os anos como consequência do consumo excessivo de álcool (5,9% de todas as mortes no mundo). No grupo das pessoas entre 20 e 39 anos, 25% das mortes têm uma relação estreita com o álcool – que também é responsável,  direta ou indiretamente, por mais de 200 tipos de doenças.

Fonte: Dra. Flavia Cevasco, médica radiologista do CDB Medicina Diagnóstica -  www.cdb.com.br

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