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SAÚDE BUCAL - Hipersensibilidade dentinária afeta 35% dos brasileiros

18/07/2017

Saúde Bucal

DENTES SENSÍVEIS

Hipersensibilidade dentinária afeta 35% dos brasileiros

É cada vez mais comum encontrar pessoas que se queixam de dor ao ingerir alimentos frios, doces e ao escovarem os dentes. Trata-se de uma dor de curta duração, aguda e súbita. Esse quadro caracteriza o que os cirurgiões-dentistas chamam de “hipersensibilidade dentinária” – que atinge 35% dos brasileiros, principalmente na faixa etária dos 30 anos. De acordo com Rayssa Zanatta, professora da Faculdade de Odontologia da APCD (Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas), essa sensibilidade nos dentes é um sinal inicial resultante da concentração de esforços mastigatórios desarmônicos na região cervical dos dentes, próxima à gengiva. Esses esforços provocam o desgaste do esmalte e da dentina, além do aparecimento de lesões ou cavidades.

“Os dentes são formados por uma estrutura dura conhecida como esmalte, que reveste e protege toda a coroa. Por baixo do esmalte existe outro tecido, também duro, chamado dentina, que reveste e protege a polpa dental – que confere ‘vida’ ao dente. A dentina é uma estrutura formada por milhares de micro túbulos, que estão em íntimo contato com a polpa. Quando ocorre desgaste do esmalte, a superfície externa desses túbulos é exposta, e a movimentação de líquidos no seu interior provoca estímulos que resultam em dor. Sendo assim, a sensibilidade dental é uma dor provocada pela movimentação de líquidos no interior de túbulos expostos”, diz a cirurgiã-dentista.

Rayssa explica que a dor proveniente da sensibilidade dentinária está relacionada a lesões que são diferentes da cárie, justamente por não serem de origem bacteriana. “Durante a mastigação, forças e tensões são geradas sobre os dentes e distribuídas ao longo do seu eixo até a raiz dental – onde são dissipadas. Quando não há uma mordida adequada, as forças se concentram na região cervical dos dentes, junto à gengiva. Esse excesso de tensões acaba por provocar trincas e fraturas no esmalte (que é mais fino nessa região) até que ele se perde por completo e expõe os túbulos dentinários. Por isso, é importante checar a existência de um desarranjo oclusal sempre que o paciente se queixa de hipersensibilidade dentinária”.

A professora também ressalta que alguns hábitos e condições podem acelerar o aparecimento ou aumentar a gravidade da hipersensibilidade. “O bruxismo, por exemplo, é causado pelo apertamento e ranger dos dentes durante o sono e aumenta a concentração de tensões nos dentes, além de acelerar o seu desgaste por fricção (contato entre dentes antagonistas). Também a erosão dental e a abrasão podem contribuir para esse quadro. Enquanto a erosão dental é caracterizada pelo desgaste provocado por ácidos oriundos da dieta (alimentos e bebidas ácidas, como refrigerantes, isotônicos, vinagre, vinho, frutas cítricas, condimentos etc.) ou do estômago (portadores de refluxo), a abrasão é o desgaste promovido por substâncias presentes em determinados cremes dentais. Assim, a hipersensibilidade dentinária costuma ter origem multifatorial, associando fator oclusal, hábitos nutricionais e estilo de vida”.

O tratamento da hipersensibilidade dentinária, segundo Rayssa Zanatta, envolve o uso de cremes dentais especificamente desenvolvidos para dentes sensíveis, além do recobrimento das lesões com materiais restauradores. “Em casos específicos, o tratamento é cirúrgico, envolvendo o recobrimento das lesões com tecido gengival. Como a hipersensibilidade é apenas um sinal, vale a pena investigar e tratar, também, casos de bruxismo e problemas de oclusão. Só assim o paciente estará livre desse tipo de dor que tanto incomoda”.

Fontes:

http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1677-38882010000300004&script=sci_arttext&tlng=pt

Prof. Dra. Rayssa Zanatta, doutora em Odontologia Restauradora com ênfase em Dentística e professora da Faculdade de Odontologia da APCD (Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas) – www.faoa.edu.br

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