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TECNOLOGIA - A ruptura tecnológica que pode redefinir o futuro do Google
13/05/2025
Heloísa Paiva
O Google, por décadas, é encarado como sinônimo de busca na internet e um dos pilares da tecnologia global. Mas o cenário atual está se transformando rapidamente, colocando o seu domínio à prova. Tecnologias emergentes, como a inteligência artificial (IA) generativa, Web3 e computação de borda (edge computing), estão moldando uma nova era digital que pode impactar profundamente a forma como buscamos e consumimos informações.
A IA generativa, como o ChatGPT e o Gemini, está transformando a busca ao permitir respostas diretas e contextuais, reduzindo a necessidade de cliques em links. Isso pode representar uma mudança significativa para o Google, que tem sua principal fonte de receita ancorada na publicidade baseada em pesquisas. Além disso, a personalização e automação oferecidas por essas ferramentas estão se integrando diretamente ao fluxo de trabalho de milhões de profissionais, criando um novo paradigma para a descoberta de informações.
Enquanto se tenta aprofundar os estudos e adotar formas de a IA consumir bem menos energia – já que ela colabora para um aumento da pegada de carbono da humanidade – a descentralização promovida pelo Web3 e tecnologias baseadas em blockchain estão desafiando a centralização que sempre favoreceu grandes plataformas. Essa transformação traz implícitos novos modelos de monetização, controle de dados e governança, permitindo que criadores e comunidades tenham mais autonomia e participação econômica.
Além disso, as crescentes pressões regulatórias, como as do GDPR na Europa e até mesmo a LGPD no Brasil, estão forçando mudanças na forma como dados pessoais são coletados e utilizados. Esse movimento, aliado à mudança no comportamento dos usuários – que estão migrando para buscas visuais, por voz e redes sociais para acessar conteúdos – coloca em risco o modelo tradicional de buscas.
Para o Google, o desafio será se reinventar sem perder o controle de suas principais fontes de receita, enquanto busca se adaptar a um mundo digital mais dinâmico, descentralizado e centrado no usuário. O sucesso nesta transição determinará seu papel no futuro da tecnologia.
Heloísa Paiva é jornalista, escritora e diretora da agência de comunicação Press Página